Como já cantou o grande compositor, o esforço pra lembrar é a vontade de esquecer.
Talvez seja uma questão de contestualização, enfim, vou evitar excesso de digressões agora.
Estava pensando nos meus primeiros anos de vida. Algumas coisas habitam minha memória, enquanto outros momentos simplesmente fugiram da minha consciência. Creio que, como os outros de minha idade, entrei na escola aos 6 anos. Não é como hoje, onde as crianças já vão à escolinha aos 2 anos, ou mesmo logo após o nascimento. A escola não é um lugar tão legal, e muito me agrada ter passado meus primeiros anos em casa, junto com papai, mamãe e o Jefferson. Eu me lembro de ir na vovó. De ser o preferido. O favorito. O queridinho de todos. Me lembro de, uma vez em que brincava com meu irmãozinho no quintal, ter dado uma rasteira nele. Queria que ele morresse. Lembro que a mamãe me bateu. Daí teve uma vez que eu estava brincando de lego no quintal, e daí ela me disse pra entar, e eu respondi que eu iria na hora que eu quisesse. Tomei um tapão na boca. Nunca mais respondi mal a ela.
Talvez essas não sejam memórias legitimamente minhas. Meus pais, em alguns de seus momentos de aguda nostalgia, relembram as histórias de quando eu era criança. Essas histórias ficaram, e talvez eu as tenha feito tão minhas que agora não consigo mais discernir as fronteiras que delimitam as lembranças dos meus pais das coisas que ficaram na minha cabeça.
Mas eu sou um sujeito que funciona muito pelas imagens.
E as fotos estão lá.
Elas me mostram que fui um pretinho feliz.
O mais feliz.
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