terça-feira, 30 de março de 2010

sobre merda

Faz muitos anos que não piso em merda de cachorro.

Mas hoje eu pisei em duas. Na hora do almoço, quando eu voltava da academia (sim, começei a musculação hoje) pisei num cocô de cachorro com meu all star marron. E de noite, indo pra casa do harry, atolei o pé numa merda fresca com meu all star vermelho.

Droga!

segunda-feira, 22 de março de 2010

sobre o que é ser homem - ou como a nova comédia americana adulta nos aponta caminhos do que é ser homem

Enquanto ia ao banco e ao mercado, hoje de manhã, fui pensando em algumas comédias que assisti, sobretudo nas do Judd Apatow e do Todd Phillips. Acho que nessa fase de redefinição em que eu me encontro, seus filmes funcionam como verdadeiros guias, apontando questões e diferentes estilos de vida para o homem adulto.

Homem adulto. Taí um negócio engraçada. O que é precisamente ser adulto? Vamos começar então pelo extraordinário O Virgem de 40 Anos (The 40 Year Old Virgin, 2005). Andy é um sujeito de 40 anos, que trabalha no estoque de uma loja de aparelhos eletrônicos, tem sua própria casa e gasta seu dinheiro em bonecos colecionáveis, mantendo um acervo de fazer inveja a qualquer cara. Um cara bacana com uma vida normal. Mas o filme lança um olhar mais atento, e capta o profundo vazio de Andy, que talvez nem ele mesmo tenha percebido: ele é sozinho. Não tem amigos, nem namorada. Será que isso é um problema? O filme é categórico ao dizer: Sim, isso é um puta problema.

Pulo agora pra outra grande obra, Dias Incríveis (Old School, 2003), onde temos o Luke Wilson desistindo do seu casamento porque descobriu que sua noiva gosta de participar de orgias. Ele então reencontra seus velhos amigos, todos na faixa dos 30 anos. Will Ferrell vai casar com uma bela mulher, e Vince Vaughn é um homem casado e com filhos, dono de uma loja de aparelhos eletrônicos. Enfim, os três decidem ir pra faculdade só pra criar uma fraternidade e fazer festas. A idéia nem é pegar um monte de mulher. Esses caras só estão insatisfeitos com o rumo que suas vidas tomaram, com todos os sonhos perdidos de juventude, e estão em busca do tipo de diversão que tinham antes, numa época em que a idéia de que o melhor ainda está por vir era verdadeira.

O que quero destacar nesse filme é o personagem do Will, Frank o Tanque. Ele é um cara normal, meio bobo, recém casado e tal. Mas quando seus amigos começam a dar festas na fraternidade, e Frank enche o caneco, seu velho eu retorna. Toda a farra acaba quando suas esposa, ao passar na rua de carro, o encontra correndo pelado, sozinho. O casamento não dura muito mais. No fim das contas, mesmo com uma porção de anos nas costas, Frank não conseguiu conciliar vida adulta, aspirações pessoais e seu casamento.

E nenhum choque me parece mais brutal que aquele onde a Trish pede a Andy que venda toda a sua coleção de bonecos, para juntar dinheiro para montar sua própria loja de aparelhos eletrônicos. Mesmo sendo grande parte da sua vida, Andy os vende todos. Ele até que se revolta com sua namorada, mas depois de um tempo se arrepende, e tenta reconquistá-la. Não há saída: ou o homem mantém sua antiga vida, com suas regras e parâmetros, ou ele muda completamente para ser digno da mulher que ama. Andy entendeu isso, e teve que morrer e nascer de novo, vida nova esta que se mostrou bem mais feliz e completa que a anterior.

Em Ligeiramente Grávidos (Knocked Up, 2006), Seth Rogen, (Ben) também tem que aprender uma lição. Ele mora com os amigos, numa casa que é familiar a qualquer homem que já tenha morado com amigos, e dedica seus dias a fumar maconha e trabalhar na catalogação de cenas de nudez em filmes para o site que vai criar. Ele engravida uma garota legal, Alison, e tem que lidar com a idéia de cuidar de um filho, e de uma mulher com hormônios desregulados. A sorte dele é que ela é muito companheira, e tenta de verdade viver o seu estilo de vida. Mas as responsabilidades que ter um bebê acarretam não a permite viver na casa do pai. O que Ben faz? Arruma um emprego de verdade num escritório, aluga sua própria casa e passa a ler os livros sobre gravidez que Alison queria que ele lesse, mesmo tendo motivos muito fortes para não lê-los. Aqui temos mais uma importante lição sobre a vida adulta: nossos sonhos são legais enquanto estamos com os amigos, e não temos responsabilidades. Mas eles devem ser deixados de lado quando a vida acontece, e as responsabilidades aparecem.

Mudando o foco de tipo de personagens, é interessante notar a galeria dos persongens casados. No Dias Incríveis, tem uma cena em que uma das calouras está doida pra dar pro personagem do Vince. Os dois estão sentados na beirada da cama, ele visivelmente nervoso e ela com cara de safada. Ele diz: "Então, eu não posso fazer nada com você, porque eu sou um homem casado. Eu tenho filhas, e amo minha esposa". Acho um cena muito foda. E no Se Beber não Case (The Hangover, 2009), Phil, um dos amigos que aprontou todas em Las Vegas, na despedida de solteiro de seu amigo Doug, volta da farra e encontra sua mulher e seu filho. Ora, todas as bebedeiras, todas as strippers, todas as confusões, nada disso o abala. No final do dia ele está lá, ao lado de sua mulher e de seu filho. O pai perfeito e o marido perfeito.

"Se não há nada que abale a sua paz, já nasceu sabendo como é que se faz."

Há inúmeros outros pontos a ressaltar, como a cunhada de Ben, que o odeia, pois acha que sua irmã consegue coisa bem melhor que ele, ou as amigas da esposa do Frank, que acham o marido da amiga um idiota. Mas acho que vou parar por aqui, porque já é quase 1 da tarde e eu ainda não almoçei.

Sou um grande entusiasta dessas comédias sobre caras adultos, tendo que aprender na marra sobre vida, amizade, relacionamentos, paternidade, responsabilidades. Uma pena que esse filão renda tão poucos filmes, mas sorte nossa que Judd Apatow e Todd Phillips tão aí pra nos dizer algo.

sábado, 13 de março de 2010

tristeza. só tristeza

Ao ver as charges de homenagem ao Glauco, chorei até perder as forças.


Triste, muito triste.


(Os cartunistas Angeli, Glauco e Laerte. Los Três Amigos)

quinta-feira, 11 de março de 2010

memórias

Sou um homem doente... Um homem mau. Um homem desagradável.

Hoje fui ao médico. Sol forte na cabeça, ônubus demorando uma eternidade pra chegar, funcionários públicos sem nenhuma vontade de trabalhar. Tiro a camisa, respiro fundo. Depois ela tira a minha pressão. Acho que há algo errado com minha pressão, talvez esteja baixa demais. A médica diz que tenho que levar amostra de urina e fezes na semana que vem. Acho bizarro demais. A última vez que fiz isso eu tinha, sei lá, uns 6 anos.

terça-feira, 9 de março de 2010

quando eu tinha 17 eu costumava escrever poemas.

faz muito tempo que não escrevo nenhum.

segunda-feira, 8 de março de 2010

mais blá blá blá em fim de noite

Meus olhos não aguentam mais. Ia assistir ao Abraço Partido, filme argentino que começa no telecine cult daqui a 10 minutos, mas não dá. Começei as 19 horas com Fantasmas de Marte, do John Carpenter. Puxa, um dos melhores dele. Um verdadeiro western no espaço. Logo em seguida revi o 100 Garotas, exepcional declaração de amor ao universo feminino apresentado por Michel Davis, um cara que, após o também ótimo 100 mulheres não fez nada muito relevante. Então vi A Rainha, dirigido pelo Frears e que mostra o porque da Helen Miren é a atriz mais fodona de todas.

Acho que com o tempo a gente vai perdendo a prática. Não tenho mais 17 anos. O sono vem, meus olhos dóem.

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Estava pensando sobre algumas questões que o 100 garotas propõem, fazendo um paralelo com um velho filme do Eastwood, Bronco Billy. Aí vai: os caras que hoje tem 50 ou 40 anos foram criados com um tipo diferente de ética da que temos hoje. Digo, hoje em dia você não vê muitos homens que honram as bolas que carregam nas calças. E isso se deve à falta de referencial masculino. Os caras de antigamente tinham pais durões, que se não se importavam em ser perfeitos em nada, eles apenas eram pais. Ao menos ofereciam um modelo de masculinidade a seguir. Hoje é diferente. A molecada cresceu com mães muito fortes, que não raro sufocavam toda manifestação mais evidente de masculinidade nos filhos, com medo deles crescerem e se tornarem a imagem e semelhança de seus detestáveis pais. (essa questão também pode ser encontrada no Clube da Luta).

Mesmo crescendo com uma mãe que deixava claro que seu marido não a amava, eu tive boas figuras masculinas na infância e na adolescência que me botaram nos eixos. Meu (muito) imperfeito pai, meus tios, alguns colegas, alguns caras mais velhos que trabalharam comigo, e é claro, todos aqueles caras dos filmes. Com alguns desses homens, aprendi coisas valiosas. Talvez a principal delas é que não se mexe com a mulher dos outros.

Me lembro de quando trabalhava na locadora, e uma das meninas de lá estava separada do namorado. Ela era meio doida, e às vezes me dava um beijo no meio da loja, só pra tirar onda. Um cara que trabalhava comigo, o Willfred, bem mais velho que eu, me puxou de canto e disse. "Cara, acaba com isso. Esse tipo de palhaçada não dá certo. Ela já tem o homem dela". "Mas eles estão separados" - retruquei eu. "Isso não importa, ok".

Um tempo depois os dois estavam de volta, mas não é isso que importa.

O fato é que homens não atravessam o caminho de outros homens. Foda-se que exista uma garota interessante envolvida, se ela já está com um cara, você simplesmente não mexe com ela. Isso é um troço baixo, coisa de quem não honra as próprias bolas. Tem muita mulher no mundo, porque caralhos então dar encima da mulher de outro cara?!?

Um homem não cria problemas pra outro homem.

É simples assim.

(Acho que o Eastwood mudou um pouco de idéia em As Pontes de Madisson. Enfim, o que sei eu sobre a vida?)

comentários


Oscar na globo é foda. A cerimônia começou às 22 horas, mas a globo só começou a passar quando acabou o bbb, meia noite e dez. A tradução simultânea é horrivel, mas só não é pior do que os comentários daquela mulher que apresenta junto com o e Wilker. É tão ruim quanto o Cleber Machado narrando jogo.

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Ontem meu irmão comemorou seus 22 anos. Quase toda a família estava lá em casa. Mais uma vez me doeu o coração por estão tão longe de todos eles. Mas foi ótimo sentir o carinho de todos, e o evidente orgulho que todos sentiam por eu ter ido à Europa. A vovó disse que contou pra todas as suas amigas que seu neto estava em Portugal. Segundo ela, isso tudo é muito chique.

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Antes de ir morar com a Mazu, passei uns 6 meses na moradia da unicamp, dormingo na G8A. Estava dormingo lá nessas últimas semanas. Ontem o sonho acabou. A polícia colou por lá e levou um cara que tava hospedado com a gente, um tal de 'poeta', que tava com uns 200g de cocaína. Agora fodeu, cada um tem que vazar pra onde foi possível, e esperar que não haja processos internos que levem à expulsão. Ah, mas só pra tranquilizar as 6 pessoas que lêem esse blog, eu não estou envolvido na situação, já que ninguém sabe que estava morando lá.

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Hoje o bar não abriu, então eu pude ir à casa do Harry, do Nei e do Pedrinho pra almoçar. A Cindy, o Caio e o Gabriel também estavam lá. Eu fiz o vinagrete, o Caio fez linguiça e assistimos ao jogo do Corinthians tomando antártica. Logo depois assistimos à babaqueira do Adrenalina 2, o que rendeu as melhores risadas da tarde.
É bom passar tempo com esse pessoal. Me sinto bem. São bons amigos.

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Ontem fui no bar do zé pra ver a banda 'vivendo no ócio' e o 'Jair Naves', e devido aos acontecimentos tensos na g8a, cheguei por lá só às 23:30. A fila do bar estava longa, e ninguém mais entrava. Pedi pro México chamar o Christian, que me disse que eu teria que pegar fila, pq não dava pra deixar passar àquela hora. Tudo bem, sem problemas, respondi. 2 minutos na fila, conversando com o pessoal, quando o Junior me chama pra frente e diz que eu sou convidado da festa, e que não precisava pegar fila. Me deu um convite, me fez entrar no bar, e foi tratar de outras coisas. Cada um dos dois fez aquilo que julgava certo. São éticas diferentes. Mas evidentemente fiquei muito feliz pela forma com que o Junior me tratou ontem.

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Então o Guerra ao terror levou o oscar de melhor filme e melhor direção. Kathryn Bigelow é a primeira mulher a ganhar um oscar de melhor direção. A Sandra Bullock ganhou o de melhor atriz, e até me fez chorar no seu discurso. Quanto ao Up, legal ter levado o de melhor trilha sonora. O Tarantino tava lá meio que de enfeite, mas a justiça foi feita e o Christoph Waltz levou o de ator coadjuvante. Pena que o Distrito 9 saiu sem nada.

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Já são quase 3 da manhã. Gosto de ver filmes e de ouvir músicas tristes de novas bandas brasileiras. Ontem eu encontrei meu amigo Allan e sua namorada Náh na balada. Fiquei feliz por ver os dois juntos. Bebi 3 Heinekens e fui caminhando pra casa no fim da noite. Gosto de gatos, e gostaria muito de ter um, mas meu último amigo felino morreu já a alguns anos. Me afeiçoei aos cachorros de casa, gosto deles. Vou fazer 25 anos e chegou o momento de mudar de vida novamente. Mas dessa vez, a idéia é virar um homenzinho de verdade.

Oh, deus, que falta a Mazu me faz...

quinta-feira, 4 de março de 2010

...

"Quando você sente saudade demais de uma pessoa, então começa a vê-la nas outras, em todos os lugares, de costas, por um jeito de andar, de sorrir ou virar a cabeça de lado" - Caio F. Abreu

sobre aquilo que ainda me resta - o cinema

O Vini voltou de São Paulo, e lá ele fez um curso intensivo de cinema.
Talvez não por isso, mas ele desceu o cacete no Avatar.
E não é o único. Às vezes tenho que brigar pra defender o filme.
Jogo a seguir um texto do mestre Inácio, que sempre ajuda a pensar melhor.



"Avatar" ou o elogio da liberdade

"Aqui e ali leio que "Avatar" não passa de uma coleção de clichês. O filme mais desinteressante do mundo.

O que são esses clichês? Coisas como: o homem tem mais a temer da sua ciência e de si mesmo do que da natureza.

O militarismo é a ponta de lança das grandes corporações e tem na ciência uma espécie de subalterna um tanto inconsciente.

Algumas dessas coisas são evidentes e estão no filme de James Cameron. Todo filme grande precisa de formulações evidentes, às quais o espectador possa se identificar para funcionar. Todo bom filme grande os reinventa, os mostra sob uma ótica diferente, fresca.

Na verdade, em geral quem reclama desses clichês são reacionários. Reacionários só admitem dizer coisas como "não há almoço grátis". Isso não lhes soa como um clichê. Parece-lhes uma verdade que se repete eternamente, só isso.

Os clichês pertencem sempre ao outro. E o outro é necessariamente de esquerda, nesse caso. Essa direita só é capaz de raciocinar em termos de caça às bruxas.

Os comunistas desapareceram, todos pensávamos.

Não, eles estão apenas disfarçados, moitados, esperando para atacar. Tornaram-se perigosos ecologistas, prontos a colocar a natureza acima dos homens, a preservação acima do progresso etc. etc.

Bem, eu acho tudo isso uma grandíssima bobagem. Ou por outra, a relação militarismo/corporações/ciência me parece muito bem descrita no filme.

A ameaça maior não é a natureza, é a ciência. Ela é que cria os meios de destruição e em dado momentos os torna quase ilimitados.

No filme, existe um planeta ameaçado pelos homens, por possuir uma fonte de energia fabulosa, cobiçada pelos homens (ou seja, por uma grande corporação).

Na expedição vai também um soldado (Jorge Coli a comparou a uma expedição contra Canudos, o que faz todo o sentido). Esse soldado esteve, presumivelmente, numa dessas guerras inglórias em que os americanos se metem e ficou sem os movimentos dos membros inferiores. Mas ainda é um soldado.

Ora, quando se vê no novo planeta, duplicado, dotado de uma segunda vida em que tem seu corpo vivo integralmente, ele se verá maravilhado. Seu corpo se confunde com a visão que tem do planeta, Na'vi, se não estou enganado. Ele pode andar e pular.

Não será difícil, portanto, trair seus semelhantes, passar para o outro lado, defender esse planeta atacado em sua beleza e integridade.

Ali vive uma civilização primitiva. Em que é primitiva? Ela se conecta de maneira enérgica com a natureza. Seu grande desafio é sobreviver à natureza. Existe ali um animal alado que deve ser dominado para que se submeta ao sujeito. É preciso domá-lo como, no século 19 e no faroeste do século 20 se fazia.

É uma civilização da liberdade que se confronta com uma civilização da técnica irrestrita, ilimitada, acrítica, arrogante e destrutiva.

Não é tão diferente do "Titanic", afinal de contas: essa mesma autoconfiança sem fim, essa mesma crença na eficiência, essa mesma incapacidade de observar a realidade sob outros ângulos que não o da estrita competência (e de uma competência limitada, localizada, tacanhamente especializada) é que leva ao desastre.

Em "Avatar" não é tão diferente assim. É claro, existe uma civilização-espelho no filme. Mas essa civilização é, em grande medida, a própria América. Encarna certos valores da América (digo, EUA), como o culto à liberdade, bem mais do que os militares e cientistas, que são degenerações desse espírito.

E já que não existe natureza por aqui, ou quase, busca-se em outro planeta, onde a sobrevivência na natureza parece expressar a própria natureza dos seres: são feitos para viver numa natureza que é preciso dominar, saber dominar sem destruir. Porque o bicho em que voam (que é como o cavalo do cowboy) é seu meio de transporte. Não pode ser aniquilado.

Cameron não é um cínico. É um moralista na tradição americana, como John Ford. Ele não acredita em grandes homens, ao menos não naqueles vendidos como grandes homens. Seus grandes homens são obscuros, mas são de um modo ou de outro incorruptíveis. Não sabem fazer senão o que lhes parece certo. Eles não degeneram. A ciência hesita, porque a ciência já não conhece moral: ela só sabe caminhar, sem refletir sobre o caminho ou o destino. É o que faz Sigourney Weaver no filme.

Um filme que se descobre aos poucos. Que se entrega a nós aos poucos. Um elogio da liberdade contra uma civilização onde a liberdade tornou-se apenas uma palavra vazia. Um clîchê.

Um filme belo, livre.

Ah, mas então tudo isso é oportunismo para ganhar dinheiro às custas da floresta, da liberdade, etc. E daí? Só se pode ganhar dinheiro fazendo o elogio do militarismo? Isso está escrito em algum lugar? Trata-se de uma lei? Não há. Tudo isso não passa de mero juízo de intenção. Então toca o bonde."

INÁCIO ARAÚJO

segunda-feira, 1 de março de 2010

quando a gente percebe que a coisa é séria

Estava eu trabalhando no Woodstock, no caixa.
Chega o rapaz gay, levemente embriagado.
Vou embora, diz ele. Mas já?, respondo eu,
apertando sua mão em sinal de despediada.
Enquanto apertava a minha mão, o rapaz gay
acaricia meus cabelos com a outra mão.
Puxa, que gostoso, pensei.

E no momente seguinte eu estava em pânico,
pois a minha carência afetiva estava chegando
a níveis perigosamente alarmantes.

Preciso urgentemente da minha namorada de volta.