Sentei na frente do pecê e pensei "vou escrever"
Daí rola umas notícias doidas do yahoo.
Umas fotos novas no orkut.
Um papinho pelo msn.
Uma olhadela no blog dos amiguinhos.
E texto que é bom nada.
Não importa. Fica pra próxima.
Posto a seguir o texto do mestre Inácio Araújo sobre a morte do mestre Claude Chabrol.
"Claude Chabrol não era apenas um cineasta de primeira linha.
Era uma das pessoas mais agradáveis e felizes do mundo do cinema.
Sabia fazer filmes, sabia vê-los, sabia falar (e escrever, a seu tempo) sobre eles como poucos.
Não se levava excessivamente a sério. Tinha autocrítica bastante para, ao falar de, por exemplo, "Follies Bourgeoises", admitir, exageradamente, que era um dos piores filmes do mundo.
Mas tinha alguns dos melhores filmes franceses: Os Primos, O Açougueiro, Violette Nozíère, Um Assunto de Mulheres, Uma Garota Dividida em Dois, enfim, esses são os que lembro assim de cabeça, mas há outros, aquele em que a família é trucidada pelas empregadas, etc.
Fez alguns filmes absolutamente policiais e outros históricos, outros ainda de incrível sensualidade, como As Corças e Alice ou A Última Fuga, em que descobriu em Sylvia Kristel não apenas a mulher absurdamente bonita como uma atriz sensível.
Esteve em Paris e na Província, compôs praticamente um mapa da França a partir de um olhar penetrante e implacável, não raro, mas sempre provido de humor e simpatia pelos seus personagens.
Seus filmes eram populares, óbvios, se se quiser. Cinema sem símbolos. Aos poucos parece que é pouco compreendido.
Embora tenha filmes excelentes e outros bem ruinzinhos, essa irregularidade não o impede de ter uma obra muito viva e muito una.
Por outro lado... Aquele cara que era capaz de falar horas com um quase desconhecido sobre Hitchcock e Fritz Lang, sobre Rohmer e Nouvelle Vague, foi-se.
Uma perda para a Nouvelle Vague (mais uma), uma perda para a cinefilia, uma perda para a felicidade, no fim das contas."
Inácio Araújo, 12/09/2010, 19:36
http://inacio-a.blog.uol.com.br/
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