segunda-feira, 16 de agosto de 2010

sobre a minha vida sonhada e algumas notas aleatórias

Já faz algum tempo que o projeto de deixar um bloquinho de notas do lado do meu travesseiro, com o intuito de anotar os meus sonhos, paira sobre mim. Esforçar-se para lembrar dos sonhos que tive é um exercício que certamente me trará benefícios, contudo, o sonho e os dias cada vez mais cheios de atividades andam atrapalhando essa brincadeira. Mas hoje eu me lembrei de alguns sonhos que tive.

Sonhei que a Mazu veio falar comigo, de boa, com um novo corte de cabelo, mais curto e com uma franjinha engraçada. Sonhei que eu fui na casa da mãe do Reinaldo, daí ela falava pra eu pegar um elevador na rua da frente, pra chegar até ele. Então eu pegava um elevador todo fudido, e enquanto ele subia eu ficava pendurado, quase caindo. E sonhei que a Bárbara Paz apareceu no set de filmagens do meu filme, e então ela se dizia interessada em participar, o que me causou grande alegria.

***

A verdade é o caos, a transformação, a loucura.
O mundo é um lugar muito perigoso, e, se fôssemos totalmente racionais, não sairíamos de casa, por motivos de segurança. Caminhar pela rua é ter confiança nas pessoas que projetaram todo o sistema viário, assim como é preciso ter confiança de que as outras pessoas que estão na rua estão dispostas a seguir as mesmas regras que vc ao pilotar um carro, uma bike ou simplesmente caminhar. Entrar num prédio ou numa casa é confiar no engenheiro e no pedreiro que a construíram. É muito doido isso. Todo ato que fazemos depende da confiança numa porção de gente que não conhecemos.

Não há muitos dados empíricos pra nos deixar seguros.
Por isso há aquelas estatísticas idiotas, pra nos dar alguma sensação de segurança.

Quando nós nascemos, já nascemos chorando, porque saímos de um mundo de conforto direto pra um outro totalmente caótico. E toda a infância pode ser resumida como a busca de um cuidador, de um protetor, alguém que possa nos dar segurança. O bebê a obtém geralmente dos pais. E então a gente cresce, e não há mais a segurança proporcionada pelos pais, o que não impede que continuemos em busca de alguma segurança no mundo.

Nossa idéia de segurança é uma ilusão infantil.
É fruto de uma ilusão infantil.

2 comentários:

iglou disse...

O que você chama de 'confiança' o Vilém Flusser chama de 'religiosidade' no livrinho chamado 'Da religiosidade'.

bill disse...

Flusser...
valeu a dica Lou!

Vou procurar pra dar uma espiada.