domingo, 7 de novembro de 2010

a vingança do cara de pau pequeno

Ele nasceu com a pingola tão diminuta quanto qualquer outra criança.

A diferença só começou a ser notada quando os esparsos pêlos começaram a brotar um palmo abaixo de seu umbigo. Cresciam os pentelhos, mas a piroca continuava miúda.

Os anos foram passando e a angústia crescendo. Ajoelhava todos os dias, rezando. "meu bom Deus, transforme meu binguelinho num cacetão, e eu prometo que vou ser o servo mais fiel e leal que o Senhor terá aqui nesta terra".

Mas parecia que o Criador não estava muito interessado em agradar o jovem, que cresceu um adolescente tímido e retraído, a própria personificação da insegurança, um dono envergonhado de um bastão pequeno, fino e desnutrido.

Foi então que, no último ano do colégio, fez amizade com a Cássia, uma garota divertida e espirituosa, lésbica e fã de Misfits. Numa tarde em que estavam sozinhos na casa da garota, começaram a tomar uma vodka que estava na estante e foi uma questão de tempo até o garoto se abrir pela primeira vez na vida e confessar qual era o princípio de todos os seus males.

A garota achou curioso e pediu pra ver o pintinho do amigo.

Abre zíper baixa calça puxa cueca.

O olhar que a menina lançou praquela minhoquinha envergonhada foi comovente. Se aproximou e botou a mão por cima. O rapaz sentiu um arrepio lhe percorrer o corpo todo, logo se transformando numa tremedeira incontrolável. Ela começou a acariciar o pequeno, agarrando as bolas confusas e esticando o máximo que podia do mini-salame.

Ela havia visto poucos pintos na vida, mas aquele, mesmo duro, era de longe o menor que já havia visto.

"Eu vou te ajudar, querido. Vou mesmo. Eu gosto de você. Sei como as mulheres são, e por isso sei que você vai sofrer muito na mão delas. Por isso eu vou te ensinar umas coisinhas. Vou te ensinar coisas que só as mulheres sabem. Coisas que eu costumo fazer numa garota e que fazem com que elas gozem feito cadelas no cio. Eu não tenho pinto, e mesmo assim nunca me faltou garotas. Pode acreditar que, depois que eu te ensinar algumas coisinhas, mulher nenhuma se importará com o tamanho do seu equipamento".

Promessa feita, promessa cumprida.

Aquela garotinha passou as semanas seguintes ensinando ao seu maravilhado amigo virgem os mistérios do corpo feminino.

E depois dessas úmidas e lascivas aulas particulares, foi a vez do treino em campo aberto. Os dois iam pra balada e ela ia dando os toques "fala isso" "agora vai pra lá e finge que não tá nem aí" "agora faz aquele olhar".

Em dois meses ele já estava pronto.

Malandro com aquele ar de garoto abandonado, cheio de dedos, linguas e salivas.

Foi então que ele conheceu Namorada, linda inteligente peitos pequenos e duros bunda grande e empinada coxas que sufocavam só de olhar.

Ele a viu pela primeira vez numa balada, acompanhada do Namorado, um rapaz que ria alto, conversava com todo mundo e fazia sua companheira rir.

"Maldito! Esse cara é muito auto confiante. Deve ter uns 30 centímetros de caralho!"

Mas o sagaz e despintado garoto era inteligente, e sabia como a cabeça das pessoas funcionavam. Sabia que ninguém é completamente satisfeito com o que tem, que todos estão sujeitos a fazerem cagadas e que os momentos de fraqueza sempre surgem, é só saber esperar.

E ele esperou.

Enquanto esperava, tratou de conhecer Namorada e conversar com ela pelo msn com certa frequencia. Até o dia em que Namorado e Namorada tiveram um desentendimento e ele foi passar um final de semana numa universidade fora da cidade, num congresso de estudiosos de Nietzsche. O rapaz convidou Namorada pra sair, só pra ela espairecer e trocar um idéia. Foram a um bar. Embriagaram-se. Na volta, foram até a casa dela.

Tchau querido, obrigado pela noite.
Espera um pouco.
O quê?
Deixa eu te olhar um pouco mais.
Me olhar??
É que você é a coisa mais linda que eu já vi. Queria poder olhar só mais um pouco

Ela então fez aquela cara que as mulheres costumam fazer quando um cara diz uma coisa fofa e idiota como essas. Os olhos dela se umideceram. Os dele a fitaram de maneira apaixonada. Em seguida há o beijo. Lento, terno, carinhoso, pra logo em seguida se tornar ardente, pulsante, voluptuoso.

Ela poderia falar pra ele parar, mas é que estava tão bom, tão gostoso. E ele sabia tão bem o que fazer, onde fazer e quando fazer. Em pouco tempo estava ensopada, soluçando de tesão, arfando gozos até antes desconhecidos.

E então o final de semana acabou e Namorado voltou. Namorada lhe contou tudo, entre choros e pedidos de desculpas. Namorado chorou, pois a amava, e a perdoou. Mas decidiu quebrar a cara do pilantra.

Foi até seu trabalho e berrou
"filho da puta, pq você fez isso?"

O rapaz olhou bem nos olhos de Namorado.
Então olhou pra baixo.
Abriu o zíper.
Baixou as calças.
Mostrou sua pequena baioneta.
"é pequeno, né. Eu sei que é pequeno. É pequeno mas mesmo assim eu a fiz gozar a noite toda. A noite toda, sem parar"

A expressão de raiva sumiu do rosto de Namorado.
Ele agora era só humilhação.
Seu chourição não valia nada agora.
Ele não valia nada.
Absolutamente nada.

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