domingo, 28 de novembro de 2010

sobre o email que o brunão me enviou agora a pouco

Leio no orkut um recado do Bruno, grande companheiro da filosofia. Ele escrevia pra me dizer que havia me enviado um email. Fui então pro yahoo pra ler.

Agradeço muito pela mensagem recebida.

Valeu Bruno.

Vc não é apenas um ótimo companheiro de butecos. É muito mais que isso.

Seu grande admirador de Bukowski ébrio e problemático!

Aqui vai o email:



"Ei, Will.


Hoje me lembrei de quando, no 'gashuco', você disse que não conseguia se livrar, ou antes, levara muito peso para o acampamento; e que , assim, lhe era difícil fazer o percurso etc. Dia desses me deparei com o livro Contraponto, de Huxley. Segue aqui algo para me certificar de o sentimento cabe aqui.


Abraço, man!





O que se segue é o diálogo entre Lucy e Walter.

Romântico, romântico! – escarneou ela. – Tens uma maneira tão absurdamente antiquada de pensar nas coisas. Matar e tripudiar sobre cadáveres e amar e o mais que segue. É ridículo. Por que não andas logo de fraque e plastrão?… Procura ser um pouco mais moderno.

- Prefiro ser humano.

- viver modernamente é viver rapidamente – continuou ela. – Não podes carregar um vagão cheio de idéias e romantismo nestes tempos. Quando viajamos de avião, devemos deixar para trás as bagagens pesadas. A velha alma de antanho sentava muito bem quando se vivia vagarosamente. Mas é pesada demais para os nossos dias. Não há lugar para ela no avião…

- Nem mesmo para um coração? – perguntou Walter. – Não me preocupa muito a alma. – Já uma vez se preocupara com ela. Mas agora que a sua vida não consistia em ler filósofos, ele estava um pouco menos interessado nela. – mas o coração – ajuntou -, o coração…

Lucy sacudiu a cabeça.

- Talvez seja uma pena – concedeu ela. – mas tudo tem o seu preço. Se gostamos da velocidade, se queremos ganhar terreno, não podemos levar bagagem. Trata-se de saber o que queremos, e de estarmos prontos a pagar o preço devido. Eu sei exatamente o que quero; assim, sacrifico a bagagem. Se te agrada viajar num caminhão de mudanças, viaja. Mas não esperes que eu te acompanhe, ó meu suavíssimo Walter. Não esperes que eu leve o teu piano de cauda no meu monoplano de dois lugares. (pág. 210)"

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