quinta-feira, 25 de novembro de 2010

sobre sonhos

Hoje o Bruce Willis estava no meu sonho.

Estava perseguindo alguém, mas não me lembro quem.

Só me lembro que num outro momento do sonho haviam corujas voando em plena luz do dia [ei, perai, acho que isso não foi sonho, aconteceu mesmo]. Enfim, no sonho haviam umas corujas com uns dentes de vampiro, e daí elas voavam na minha direção pra me morder, e era um troço mór tenso.

Mas anteontem eu sonhei com o Fernando.
No sonho, ele simplesmente aparecia e me falava oi.
Acordei com uma saudade imensa, insuportável, insustentável.

Fui pra casa dele.

Chamei pelo portão, mas não havia ninguém.

Pena.

Um dia eu estava no carro com meu pai, e daí sei lá porque ele desatou a falar sobre o seu tempo de juventude, quando ele morava no Paraná. Falou que lá ele tinha um grande amigo, com quem ele brincava, caçava passarinhos com estilingue, pescava, enfim, um amigo que era um verdadeiro irmão. Quando veio pra São Paulo, meu pai não o esqueceu. Estava lá na rodoviária para recepcionar o amigo quando, meses mais tarde, ele também migrou pra metrópole. Meu pai o levou pra conhecer a praia que era um troço inédito praqueles paranaenses, lá no finalzinho dos anos setenta. O nome do cara era Zé Bigode, ou Zé Borracha, agora não me lembro bem. Então o tempo foi passando e o Borracha casou, teve seus filhos. Meu pai idem. Se encontraram outras vezes, mas meu pai diz que algo havia se perdido, que algo havia mudado, já não era a mesma coisa. Hoje o Borracha mora ali pertinho da casa dos meus pais, mas meu pai não o visita, e nem tem mais vontade de visitá-lo. Foi estranho sentir os nós na garganta do meu velho ao ouvi-lo contar sobre essa história.

E então, como a história dos nossos pais só servem pra pensarmos nas nossas próprias histórias...

Penso no Fernando.
Na amizade baseada em franqueza, risadas e respeito.
E fico pensando nos reais motivos pra ter ficado tanto tempo assim sem procurá-lo, sem ligar, sem convida-lo pra ir em casa.

É complicado, mas basicamente acho que o motivo é medo.

Medo de encontrar uma outra pessoa que não o meu grande amigo da infância.

Medo de abraçar um outro cara no corpo magro e alto do Fernando.

Tenho medo, velho.

Medo pra caralho.

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