quarta-feira, 23 de junho de 2010

relembrando a copa de 94

Faz um bocado de dias que quero falar sobre isso.

Não quero falar sobre vuvuzelas e nem sobre a bola oficial da copa, não quero falar sobre o calabocagalvão e nem sobre o injustiçado Kaká.

Quero relembrar os meus momentos de infância, porque foi lá que eu conheci uma felicidade plena que, como toda felicidade, é fugaz, com prazo de validade, mas que mesmo assim, ou por isso mesmo, me desperta uma saudade tão grande.

Só deixo claro que não se trata da história de que o passado é bom só pq é passado. Eu fui uma criança muito feliz, nunca quis crescer logo. Eu queria era ser um x-man, ou no máximo ser um cientista, que nem o Beakman, mas ser adulto era um negócio que eu nunca me apressei pra ser. Essa fase extraordinária da vida durou até quando eu me apaixonei pela primeira vez. Entre se apaixonar e beijar uma menina pela primeira vez, foram 10 anos, ou seja, minha infância foi azedando bem aos poucos, de uma forma triste e amarga, assumindo uma coloração cada vez mais cinza e melancólica.

De qualquer forma, as garotas não conseguiram estragar meus gloriosos primeiros anos.

E então, em 1994, eu tinha 9 anos de idade. Ia ter a copa do mundo e o papai ia ver o jogo em casa. Ótimo, iria assistir aos jogos com ele. Não me lembro de ver futebol antes disso, não fui uma daquelas crianças que ganham camisa de time desde pequerrucho. Nunca havia ido a um estádio de futebol, aliás eu não fui até hoje. Então aquele evento grandioso nos estados unidos apresentariam os primeiros jogos que eu iria assistir.

Me lembro que dias de jogo pareciam sempre com domingo. Lembro do Fernando mais preocupado em acender bombinhas de mil do que em ver futebol. Lembro daquele gol de falta inacreditável do Branco. Do papai levantando eu e meu irmão no ombro, quando o Brasil fazia um gol. Lembro da prorrogação. Lembro de suar muito nos pênaltis. Lembro de ficar fascinado com a narração do Galvão Bueno. Me lembro dum sentimento de pertencimento total, de absoluta integração aquele evento. Era tudo muito inédito. E ver o Brasil ser tetra foi um troço sem igual. Totalmente irrepetível.

Época boa em que a proteção vinha dos pais.
Em que o mundo era um lugar confortável pra se viver.
Época em que era possível se preocupar exclusivamente em brincar e se divertir.

Um comentário:

Gabriel disse...

da serie "saudades dos meus dias de gloria"...