Eu gosto de criança, mas acho que não sei muita coisa sobre elas.
Eu fui uma criança quieta e boazinha, daquelas que todos os pais queriam ter. Nunca interrompia os adultos enquanto estavam conversando, ia pra igreja e recitava versiculos de cor, era o primeiro aluno da turma, tinha bons amiguinhos com quem passava as tardes brincando, enfim, foi um filho bacana, facil de criar.
Mas meu ponto é: onde estão todas essas crianças legais, nos moldes da que eu fui em anos anteriores? Hoje eu só encontro crianças gordas, hiperativas, que não param quietas e não tem paciência de ouvir nada. Querem tudo ao mesmo tempo, não ligam pra nada que não envolva porrada, video-game ou monstros japoneses.
Porque será que eu não acho essa molecadinha de hoje tão tão legal?
Uma possibilidade é que eu não tenho jeito pra criança, e por isso eu não entendo o universo delas.
A outra é que o nível das crianças piorou. Ou melhor, o nível geral dos seres humanos tem piorado com o passar do tempo.
Enfim, talvez os filmes de comédia romântica tenham razão. Talvez as únicas crianças que uma pessoa suporte sejam seus próprios filhos.
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6 comentários:
voce nao foi uma criança legal, foi uma crianca inexpressiva..é diferente..
crianças gordas e hiperativas que só gostam de monstros japoneses se tornarao adultos gordos, frustrados e hipertensos que querem a "rota na rua". do mesmo jeito que crianças boazinhas que sabem versos biblicos de cor se tornam adultos frustrados com empregos mediocres e casamentos infelizes..
seu parametro e´bem infeliz no fim
ah, odeio criancas profundamente
Eu diria que você foi uma criança bem educada, rs.
Eu gosto de "crianças" de até 4 anos de idade. Elas são fofinhas, extremamente adoráveis. Depois, longe de mim... não tenho paciência com crianças hiperativas, mimadas, mal-educadas e afins.
A realidade é que crianças ficam presas em apartamentos com seus joguinhos de video-game e seus desenhos animados ridículos e acabam ficando do jeito que são hoje.
Pura influência do meio, creio.
beijo, Bill!
Lugar de criança, é ralando o joelho no campeonato de queimada, tirando a tampa do dedão no carrinho de rolimã e caindo da bicicleta e ganhando cicatriz no queixo.
E tenho dito.
Certo, não vou ser saudosista, não. Mas é verdade que as crianças de hoje estão bem diferentes e acredito muito que "o nível geral dos seres humanos tem piorado". Valores muito próximos da superficialidade nos tem aproximado de uma brutalidade levada ao extremo. Falta, para as crianças, para os adultos - para as pessoas, enfim - sentir mais profundamente. A violência, apesar de ter algumas razões localizadas em estruturas sociais muito profundas, ainda permanece como um ato bastante superficial (como a violência do filme "Crash" em que as pessoas procuram "pancadas" para sentir que estão vivas). A ausência de relações mais sinceras nos tem feito mal e estamos bem mais depressivos (e essa não é uma crise existencial, do tipo filosófica, mas uma patologia do nosso tempo para a qual ainda não se encontrou um remédio eficiente). Nossa Laranja Mecânica se expandirá e nossas crianças continuarão chatas, insuportáveis, caso não mudemos nossa maneira de "sentir" o mundo.
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