Sempre me achei bem provido da capacidade de escolher o presente certo pra uma garota. Seja o box de dvd do seriado favorito dela, o novo cd de sua sambista predileta, ou mesmo uma boa garrafa de chianti, o presente apropriado transforma qualquer dia ordinário em ocasião especial. Sou daqueles que acham que presente é uma coisa fundamental, algo bem mais sério que simples gesto de convenção. Mas, por algum desses motivos que dá preguiça de tentar pensar/entender/explicar, dar um presente pra minha mãe neste último domingo não foi tarefa tão simples assim.
Sei lá, o que eu posso comprar pra ela? Flores? Ah, isso meu irmão já fez. Livros? Ela só lê a bíblia. Dvd? Acho que ela prefere as novelas da record. Depois de muito considerar (e de um certo empurrão de minha namorada), decidi por algo que realmente exigia um verdadeiro esforço de minha parte. Resolvi acompanha-la até a igreja.
Faziam 6 anos que eu não ia pra igreja batista. Só pisei por lá no batismo da minha irmã. Pensei preliminarmente no fato de eu não acreditar mais no Deus da bíblia, e em como participar de um culto evangélico não iria acrescentar muita coisa em mim. Mas, bem, foda-se, eu faria isso pela minha mãe, pra deixar ela feliz, já que seu maior desejo é que eu volte pra igreja (o sacrifício do personagem do filme 'adeus lênin' foi muito maior que o meu).
Cheguei em casa na madrugada sábado/domingo, às 5 da manhã. Às 8:30 estava de pé pra ir à escola bíblica dominical. Um pouco mais tarde, às 7 da noite, estava de volta pro culto noturno. A mamãe estava radiante, em estado de graça, apresentando seu filho desgarrado e sua nora espírita (claro que ela não sabe disso) pra todo mundo da igreja. Foi agradável, nada que eu já não esperasse. O importante é que ela ficou feliz.
Porque talvez seja fácil agradar a garota que se ama. Mas é mais difícil agradar a mulher que mais te amou no mundo.
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Um comentário:
comentario atrasado..vc podia ter dado um dvd biblico idiota qualquer..era bem mais facil
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