terça-feira, 5 de maio de 2009
marcelo camelo
A primeira vez que ouvi as músicas do disco SOU, do Camelo, foi no programa 'ensaio', na cultura. Achei as músicas lentas demais, chatas demais. Com exceção de 'copacabana', uma marchinha de carnaval bastante alegre. E foi assim mesmo, com uma baixa expectativa com relação à apresentação, que eu fui assistir ao show do vocalista do Los Hermanos na virada cultural deste ano. E que show!
Fiquei surpreendido pela animação das músicas, que não eram mais chatas e lentas, mas sim bonitas e intimistas (Hehehehh, a linguagem é um negócio engraçado, basta renomearmos algo para que ele mude completamente de sentido). O ponto é que a cada música tocada, eu sentia uma paz de espírito cada vez maior e mais envolvente, uma sensação de plenitude que me tomava por completo. Quando ele tocou 'pois é', do disco '4', senti todos os pêlos do meu corpo se eriçando, experienciando a potência da canção, sua força invisível, lentamente incorporando esse espírito tão misterioso que só se manifesta na música, e através da música.
É somente nesses breves momentos que uma porção de coisas passam a fazer sentido.
Sempre fui um sacerdote cinematógráfico, o que me tornou um pagão no templo da música. Não recebi batismo, tampouco fui iniciado em seus mistérios. Mas eu sei que dentro de mim não há somente olhos, existem também ouvidos ansiosos por explorar os campos sagrados do som. Lembrando o bandido que foi salvo em seus últimos momentos na cruz, nunca se é tarde para a conversão.
O show do Marcelo Camelo foi uma dessas experiências únicas e irrepetíveis na vida. Mas talvez todas as nossas experiências sejam únicas e irrepetíveis. Enfim, o prazer de ouvir cada uma das música de seu novo trabalho é algo insubstituível. E isso me faz muito feliz.
Ah, e 'copacabana' continua sendo a melhor!
:D
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