quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

[sobre coisas que ouvimos por aí...]

Estava recolhendo as roupas sujas do quarto das crianças. Numa mão ia o cesto, e a outra recolhia as peças espalhadas pelo quarto. Acabara de acordar do colhilo pós almoço e precisava trabalhar pra espantar a preguiça. A televisão estava ligada numa reprise de novela, a qual ela não acompranhava, mas o som da tevê a dispunha para os afazeres de casa. Seu menino estava brincando com o coleguinha no quintal, e a caçula estava na creche. Ao chegar na pequena área coberta onde ficava o tanquinho, uma conversa infantil sussurrada a fez ficar mais atenta. Se aproximando do vitrô aberto que dava prum canto do quintal cheio de plantas e árvores, notou que as crianças estavam logo abaixo da janela, tendo uma conversa que ela julgou bastante estranha.

O vizinho de 7 anos dizia ao seu filho:

"vamo lá. ninguém vai ver. a gente vai ali no cantinho"
"não, deixa quieto"
"ninguém vai ver a gente não. vamo"
"credo, mas é nojento"
"é nada, é legal"
"quero não"
"vamo lá"

Achou aquela história de vamo-não-vamo um negócio estranhíssimo. Sua curiosidade foi atiçada. "Onde será que essa história vai dar?" Continuou ali, imóvel, apurando os ouvidos pra tentar ouvir mais. Em vão. Não ouvia mais nenhuma das duas crianças conversando. Deixou então a roupa no chão e foi ao quintal, o mais silenciosa que pôde. Ao chegar no canto do muro, a mulher negra quase ficou amarela pelo que viu. Seu filho estava em pé, sem calças, com as pernas abertas e com o braço direito passando por entre elas, segurando o pintinho do amiguinho. O vizinho, que tinha o pipi agarrado, estava atrás do menino, abrindo sua bunda e com a cara enfiada no meio.

Aos berros a mulher enlouquecido vôou em cima dos carotos, distribuindo chutes e tapas. As crianças tremiam e choravam, os narizes sangravam. Agarrando o vizinho a mulher sai de casa e começa a berrar na rua. A cara do menino fedia a merda.

"seu demônio! seu muleque maldito. Chama a sua mãe agora"

A mãe do vizinho aparece na rua, assustada.

"é isso que eu recebo por deixar seu filho brincar com o meu?! Fica aí ensinando perversidade pro meu menino"

"o que aconteceu?"

A mulher, em meio a choros e gritos, narra o acontecido pra vizinha que parece cada vez mais envergonhada.

"olha, eu peço mil desculpas pelo que aconteceu. Mas queria te pedir pra não espalhar essa história por aí. Sabe o que é, é que aqui em casa só tem um quarto, então as vezes o menino tem que dormir com a gente. E sabe como é, pode ser que ele tenha visto algo que não deveria ter visto"

Achando aquilo demais pra sua cabeça, a mulher voltou pra casa bufando. Cortou um pequeno galho de laranjeira e deu mais uma surra no filho, dizendo que aquilo era pra ele aprender a ser homem. Logo em seguida foi na casa de cada vizinho e contou que o filho daquela ali do lado era um moleque perverso, que havia entrado na sua casa e feito coisas terríveis e grotescas.

Ficou duas semanas sem conseguir transar com o marido.

2 comentários:

*Tahi* disse...

da onde sai toda essa inspiração? O.o

bill disse...

hahaha
vc quer saber de onde saiu esse post, especificamente? foi uma história que uma colega de trabalho me contou essa semana.

o mundo é um lugar bizzarro, coisas loucas acontecem o tempo todo ao nosso redor.