"As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental"
Vinícius de Moraes era um rapazinho danado. Não havia mulher que não caísse em sua lábia. Foi casado nove vezes, muitas delas com garotas bem mais jovens que ele, garotas aliás apaixonadíssimas pelo poetinha e seu indefectível wisky com gelo. De um sujeito que aparentemente possui tanta familiaridade com o mundo das mulheres, sempre esperei que exaltasse todo o tipo de fêmea. Inclusive a feia. Mas aí me deparo com essa pérola da falta de bom mocismo, do politicamente incorreto: a beleza é fundamental. Meu amigo Dida não gosta do verso. Ele escreveu certa vez no perfil de seu orkut: "Senhor Vinícius de Moraes, vá pra puta que o pariu. Beleza não é fundamental", ou algo parecido, não me recordo das palavras exatas, mas a idéia era essa. Bem, acho que o assunto merece um pouco mais de atenção.
De minha parte, nutro um tipo de simpatia pela frase, talvez quem sabe por uma certa nostalgia de uma vida que nunca vivi, aquela dos boêmios conquistadores, homens misteriosos por quem as mulheres suspiravam, buscando um pouco mais de paixão, bebida e tragédia em suas existências vazias. Bem, qual é o cara que não gostaria de ter o charme do Vinícius?
Mas o foco da questão é esse: quem são as mulheres feias? E quem são as bonitas? Como diferenciar uma da outra? Será que batom, lápis e creme podem ser usados como critério? Olheiras, estrias, pêlos, celulite na bunda são elementos importantes? Mulher bonita tem que ter peito e bunda grandes? Ou pernas compridas como as da Ana Hickmann (que, diga-se de passagem, é uma mulher linda, gostosa e inteligente) ? Como, enfim, diferenciar uma gatinha de uma bozenga?
No meu tempo de colégio, as meninas mais divertidas e alegres eram as bonitinhas. Eram elas as mais desencanadas, as que sempre agitavam a sala, junto com os moleques do fundão. Bem ao contrário de outras meninas, feias, que mantinham um eterno mal-humor e estavam sempre prontas a beliscar meu braço. Bando de desprovidas recalcadas! Mas, pensando um pouco mais, me lembro que essas meninas não eram propriamente feias. Elas se sentiam feias - e por isso eram inseguras, invejosas e chatas pra cacete. Me lembro até de algumas bonitinhas que se encaixavam nesse peril. Malditas falsas-belas.
Creio profundamente que beleza e inteligência convivem necessariamente na mulher. Ops, melhor eu reformular essa frase: mulheres inteligentes são sempre belas, mas algumas mulheres lindas tem uma capacidade mental nível Sassá Mutema. Reforço essa idéia, porque há um conceito idiota do senso comum, que diz que mulher bonita é sempre burra. Não pode haver mentira maior. E já que essas linhas são escritas em resposta ao amigo Dida, dou como exemplo a sua própria namorada: a Ju é linda e inteligente. Exemplo perfeito.
Hoje em dia, do alto de meus 22 anos, perdi a paciência com mulher feia. Desprezo aquelas pseudo bonitas que sempre andam com uma amiga feia pra se sentir seguras. Me cansa profundamente mulher que reclama da vida, e principalmente, que reclama de homem. Putaquiopariu, não as quero perto de mim! Prefiro me debruçar no balcão do meu bar, e rir com alguma garota bonita, inteligente, divertida e desencanada o bastante pra não dar a mínima praquele pneuzinho, praquela celulite, ou pra chapinha que deixou de fazer.
Pois é Dida, tenho que concordar com o velho.
As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Postar um comentário