quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

sobre amenidades

Às vezes eu vejo minha vida como um épico de epicidade épica, como num quadrinho do Scott Pilgrim. Às vezes minha vida é uma caminhada a esmo por caminhos que não levam a lugar nenhum, num mundo marcado pela desilusão e pela ausência de Deus, como num filme do Antonioni. Às vezes [mais raramente] eu me vejo no meio de mulheres a beira de um ataque de nervos, me fodendo gratuitamente graças a hormônios e bipolaridades que me assustam e me atraem mais que o Lado Negro da Força. Às vezes é só sofrimento mesmo, ainda por cima em preto e branco, como um daqueles Bergman´s do pós guerra. Em momentos melhores há mesas de restaurantes, conversas interessantes e problemas deliciosamente complicados que me fazem encher o peito de vida e me sentir orgulhosíssimo de ser humano, como num filme do Woody Allen. Em outras vezes eu quero vomitar e morrer, que é o que sinto quando leio o Crumb, o Mutarelli ou mesmo o Palahniuk. Nesses momentos eu tenho vergonha e me sinto fraco de fazer parte de algo tão podre quanto a raça humana.


Às vezes eu acordo, olho no espelho, e não sei se meu cabelo tá mais pra Eraserhead, Class Act ou Gerald do Ei Arnold.

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Hoje é feriado, o que significa que uma galera não vai trabalhar [eu vou, virei escravo do trabalho já faz um tempinho]. Então pensei em escrever alguma coisa, pra galera que costuma ler esse blog. Faz um tempinho que eu botei um contador aqui, pra saber quantas visitas recebia. Fiquei empolgado, pq uma galera estava entrando. Só que, analisando melhor, percebi que às vezes, num dia, só recebia visitas num post, aquele em que eu falo sobre o pornô. Gente que fica pesquisando putaria no google acaba caindo por aqui, já que coloquei aquelas fotos de capinhas de filmes de sacanagem. Isso me deixa muito puto, me sinto enganado, achei que um monte de gente me lia, mas na real devem ser aquelas 6 ou 7 pessoas. Mas pensando bem, essas 6 ou 7 são pessoas muito queridas, e me basta ser lido por elas.

Mas que esse contador me zôa, ah se zôa!

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Tenho novidades incrivelvente incríveis.

Depois de morar por quase 1 ano naquele ninho de rato que eu adoro [g8a], estou mudando pra casa do Caio. Ontem ele me mostrou a foto do gatinho que o pessoal da casa adotou, o Dexter. E semana que vem o irmão dele chega. Ah, sinto tanta falta de ter um bicho desses de estimação. Não vejo a hora de sair de samba canção do quarto e trombar com os miados estridentes pedindo comida. Ter um gato é parte fundamental daquilo que chamo felicidade.


[Caio e eu nas ruas de Lisboa]

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A Luiza, além de manter o poético e divertido Evasão de Privacidade, quebrou a pernas dias desses. Ou trincou, não me lembro agora o que realmente aconteceu. O que importa é que gessos, seja em perna ou braço, sempre foi algo fascinante e misterioso pra mim. Sempre fui uma criança comportada e nunca quebrei nenhum osso. Quando algum coleguinha ia pra escola com o braço suspenso por aquele trapo branco, num visual meio Mumm-Ra, rolava uma certa inveja ao ver as meninas querendo preencher o espaço branco com seus nomes, em caligrafias pomposas e exageradas.

Infelizmente, nunca quebrei um braço, ou perna.

Acho um absurdo, portanto, a Luiza não fazer um diário do gesso da perna. Quero saber mais sobre como é ter um gesso, sobre as coisas engraçadas e também sobre as coisas nogentas.

Enfim, minha reclamação e pedidos já estão registrados.

3 comentários:

Jack Hammer disse...

agora para atrair leitores teenagers de shortinho.

Tá cada vez mais degringolando pra baixaria esse negócio.




ps. essa luiza tem umas pernas legais.

-Rol disse...

Eu te leio, mas confesso que o texto do pornô eh bem legal mesmo.

Luiza Judice disse...

Hahahaha li o post. Antes tarde do que nunca.

Grande Bill... talvez eu não faça um DIÁRIO DO GESSO, mas em breve farei um post dedicado às minhas experiências causadas pela fratura óssea. Uma espécie de top 10 (ou mais), pra você ficar feliz. haha

Beijos