Só pra constar #1: estou feliz em poder escrever este post.
Só pra constar #2: Bong Joon-ho é o melhor diretor da Coréia do Sul.
Ontem passei o dia vendo filmes. Lá pelas 5 da tarde, peguei o ônibus pra ir limpar o Woodstock. Não estava com pique de trabalhar, queria mesmo sair pra algum lugar e me despedir da minha vida tranquila, já que segunda feira eu começo a trabalhar no segundo emprego. Estava pensando em ir ver o Clash cover no bar do zé, talvez eu até aparecesse na casa São Jorge, já que o Barata vai discotecar e uma tal de Izzy Gordon me parecia uma boa pedida de samba/mpb. No caminho, comecei a ler 'o derrotista', do Joe Sacco, e fiquei impressionado em como o cara quer se parecer com o Robert Crumb. Nenhum problema nisso, ainda mais quando esse álbum contém histórias incríves e divertidas, muito diferente do habitual trabalho político do autor.
Quando estava quase chegando ao bar passei numa rua e vi um gatinho preto deitado no meio fio. Mexi com ele, que permaneceu imóvel. Estava morto. Cinco metros a frente, vi um outro gatinho preto deitado, na parte de dentro do portão de uma casa. Mexi com ele, mas, olhando pra sua boca, notei que também estava morto. Sei disso pq já tive gatinhos envenenados. Sei como morrem. Como ficam suas bocas. Mortos com certeza por um amante de cães de guerra. Situação muito covarde.
Bar limpo e arrumado e limpo, fecho e saio. Então cóla um carro e o motorista me chama. Chego mais perto e vejo que é o Leandro. Meu amigo da fase de ouro, ou seja, a fase da escola. Caceta! A Tássia estava viajando pra Argentina, então ele tava de bobeira, foi ver Homem de Ferro 2, ficou zanzando pelo shopping e resolveu dar um pulo no wood. Decidimos então ir tomar alguma coisa e falar sobre a vida. Decidimos fazer isso em Barão.
O Lê ficou feliz em saber que eu tinha minha própria casa (mesmo sendo alugada e dividida com mais 2 pessoas, mas enfim) e a gente deu um pulinho lá pra eu trocar de roupa. Fomos então pra Casa São Jorge. Pedimos uma Heineken, e ele me contou sobre o apê que tá pra sair, sobre os planos de casamento com a Tássia, e como um casório é caro pra chuchu, sobre como o celular dele tem gps e acessa a internet. E daí eu falei sobre o pé na bunda que eu tomei, que eu e a Mazu íamos casar este ano se tudo não tivesse dado errado, falei sobre a Angélica e como eu começei a me interessar por ela, e falei também sobre como isso não deu em nada, já que a minha capacidade emocional tá toda zuada ainda. Falei que era estranho planejar um futuro não habitado por aquela pessoa com quem vc compartilhou a totalidade da sua vida e do seu coração durante tanto tempo. Então ele falou que estava curtindo sertanejo universitário e eu ri.
Pedimos uma porção de bolinhos de bacalhau, que comemos rezando, trocamos idéia com o dj e curtimos o som da senhora Izzy Gordon. A mulher manda muito. Falei sobre como isso é imprevisível e surpreendente, quer dizer, durante todo o dia eu tive a certeza de que meu sábado ia ser deprimente, e aí acontece esse encontro absolutamente inesperado e eu me pego pensando em como planejamentos são frágeis frente ao poder totalitário do acaso.
Saindo de lá, demos um pulo no bar do zé.
Resolvi ficar. O Leandro foi, acho que tava cansado.
Clash cover, banda boa, mais uma heineken de leve.
Voltei pra casa relativamente bêbado e bastante feliz.
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