Meus olhos não aguentam mais. Ia assistir ao Abraço Partido, filme argentino que começa no telecine cult daqui a 10 minutos, mas não dá. Começei as 19 horas com Fantasmas de Marte, do John Carpenter. Puxa, um dos melhores dele. Um verdadeiro western no espaço. Logo em seguida revi o 100 Garotas, exepcional declaração de amor ao universo feminino apresentado por Michel Davis, um cara que, após o também ótimo 100 mulheres não fez nada muito relevante. Então vi A Rainha, dirigido pelo Frears e que mostra o porque da Helen Miren é a atriz mais fodona de todas.
Acho que com o tempo a gente vai perdendo a prática. Não tenho mais 17 anos. O sono vem, meus olhos dóem.
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Estava pensando sobre algumas questões que o 100 garotas propõem, fazendo um paralelo com um velho filme do Eastwood, Bronco Billy. Aí vai: os caras que hoje tem 50 ou 40 anos foram criados com um tipo diferente de ética da que temos hoje. Digo, hoje em dia você não vê muitos homens que honram as bolas que carregam nas calças. E isso se deve à falta de referencial masculino. Os caras de antigamente tinham pais durões, que se não se importavam em ser perfeitos em nada, eles apenas eram pais. Ao menos ofereciam um modelo de masculinidade a seguir. Hoje é diferente. A molecada cresceu com mães muito fortes, que não raro sufocavam toda manifestação mais evidente de masculinidade nos filhos, com medo deles crescerem e se tornarem a imagem e semelhança de seus detestáveis pais. (essa questão também pode ser encontrada no Clube da Luta).
Mesmo crescendo com uma mãe que deixava claro que seu marido não a amava, eu tive boas figuras masculinas na infância e na adolescência que me botaram nos eixos. Meu (muito) imperfeito pai, meus tios, alguns colegas, alguns caras mais velhos que trabalharam comigo, e é claro, todos aqueles caras dos filmes. Com alguns desses homens, aprendi coisas valiosas. Talvez a principal delas é que não se mexe com a mulher dos outros.
Me lembro de quando trabalhava na locadora, e uma das meninas de lá estava separada do namorado. Ela era meio doida, e às vezes me dava um beijo no meio da loja, só pra tirar onda. Um cara que trabalhava comigo, o Willfred, bem mais velho que eu, me puxou de canto e disse. "Cara, acaba com isso. Esse tipo de palhaçada não dá certo. Ela já tem o homem dela". "Mas eles estão separados" - retruquei eu. "Isso não importa, ok".
Um tempo depois os dois estavam de volta, mas não é isso que importa.
O fato é que homens não atravessam o caminho de outros homens. Foda-se que exista uma garota interessante envolvida, se ela já está com um cara, você simplesmente não mexe com ela. Isso é um troço baixo, coisa de quem não honra as próprias bolas. Tem muita mulher no mundo, porque caralhos então dar encima da mulher de outro cara?!?
Um homem não cria problemas pra outro homem.
É simples assim.
(Acho que o Eastwood mudou um pouco de idéia em As Pontes de Madisson. Enfim, o que sei eu sobre a vida?)
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