Acontecerá amanhã, ou melhor, hoje à noite, quinta feira, a partir das dez da noite, o IFCHSTOCK QUATRO, no instituto de filosofia e ciências humanas da Unicamp. Fiquei muito feliz ao saber que a festa seria numa quinta, e não sexta, como vinha acontecendo. Assim poderei ir nesta que já é a festa mais polêmica do ano na Unicamp.
A audácia de produzir um evento como esse é grande, já que as festas no campus foram terminantemente proibidas pela reitoria. Todas as festas tradicionais no campus desapareceram, e o que se vê são festas acontecendo em casas de show que ficam perto de Barão, ou nas próprias casas dos estudantes. Um pequeno grupo de alunos da Sociais teve muito peito ao assumir a responsa de organizar essa nova edição do festival, que atrai loucos de toda a cidade, tocando rock durante toda a madrugada.
Gostei muito do manifesto que o pessoal do CACH escreveu.
Vou reproduzir aqui, pois vale a pena dar uma lida.
"Em busca da vivência universitária, chamamos a todos os Centros Acadêmicos e o Diretório Central dos Estudantes a agir e discutir a autonomia da universidade e a ocupação dos espaços públicos.
A política de segurança da universidade está se transformando em restrição do acesso ao espaço público e em repressão dos movimentos sociais, políticos e artísticos em nome de uma “tal” preservação do patrimônio público. Não só a proibição de festas, mas o impedimento de eventos como o Festival do Instituto de Artes, BioArt, IFCHSTOCK e outras ações dos estudantes universitários estão sendo marginalizadas, privando-nos do direito básico de nos reunirmos!
Buscamos, com esse manifesto, construir uma resposta política e coletiva contra um processo de isolamentos locais que está assolando o universo estudantil. O campus vem se tornando lugar de passagem e produção, onde os espaços comuns já não existem para a própria comunidade acadêmica, muito menos para a comunidade ao redor. A necessidade de espaços de socialização e de dar movimento a essa inércia produtivista está dada! Deve-se assim, privilegiar a comunicação dos Institutos e diálogo dos estudantes com a comunidade.
Essa é a antiga fazenda do Barão Geraldo, que hoje se vê tomada por luxuosas casas - boas famílias usufruindo de todas as boas condições oferecidas pela vida universitária – que mais se assemelham à clausura do que à liberdade do Campus. A política da má vizinhança está instalada. Nossos vizinhos, a Associação de Moradores da Cidade Universitária – AMOC -, nos reprimem através de tramites (i)legais, chegando a nos ameaçar com multas e apelando à força violenta policial, o que legitima o aprofundamento desse processo.
Nessa lógica, a utilização dos espaços privados para a celebração universitária vem aumentando. A universidade é nosso espaço e de toda população ao redor dela, portando devemos usufruí-lo e ocupá-lo!
Diante disso, estamos próximos a presenciar um dos maiores eventos da UNICAMP, o IFCHSTOCK, que, logicamente, é muito ameaçador à situação que nos está imposta. Conclamamos os Centros Acadêmicos a se solidarizarem jurídica, política, econômica, socialmente e a sustentar a manutenção não só do IFCHSTOCK, mas desse tipo de atividade do campus.
COLETIVO IFCHSTOCK"
Em tempos em que reitores expulsam alunas pelos trajes usados, me dá um baita orgulho de estudar num lugar onde há discussões de caráter político até nas festas produzidas. Amanhã não faltarei de jeito nenhum. Com polícia ou sem polícia.
(essa foi foda: cartaz do proibidíssimo ifchstock, pregado em pleno bandejão - 18/11)
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8 comentários:
Cara, eu acabei de ser expulsa de um cineclube. Quem interrompeu o nosso filme e nos expulsou da sala era uma professora de administração.
Me solidarizo total com vocês. E estamos pensando em amontoar as cadeiras da sala na quarta que vem, à la Edukators.
Solidarizo e irei!
Aliás, foi ótimo ler isso, porque há 2 meses estou atrás de uma pauta que envolva woodstock e contracultura e preciso apresentar um trabalho daqui duas semanas.
Não sabia que o IFCHSTOCK aconteceria "ilegalmente". Gostei mais ainda da idéia, acho justa a reivindicação.
Nos vemos lá!
ps.: Bill, você conhece as pessoas que estão participando diretamente da organização?
Se você conhecer e me puder passar algum contato (orkut, email), agradeceria =)
beijos
Ei Lou, que bizzarro, como assim expulsa?! Espero que você consiga tocar o terror nessa professoreca de administração!
Ei Luiza, conheço os organizadores sim, mas prefiro apresentá-los pessoalmente. Podemos fazer isso hoje à noite.
:D
aaaaah que pena que não estareiiii
S'o uma corre'cao, esse manifesto nao foi escrito pelo CACH, como se pode ler foi o coletivo ifchstock, o mesmo que produziu a festa junto com os estudantes da UNICAMP. 'E importante frisar que nao foi o CACH, mas que ele deu apoio e pessoas do CACH estavam ajudando a organizar. O Centro Academico tamb'em escreveu uma carta de apoio que seria legal ser lida.
Puxa vida Carla,
foi mal esse mal entendido!
Correção:
O manifesto não foi escrito pelo CACH, mas pelo COLETIVO IFCHSTOCK.
E a festa foi muito ducaralho!
:D
temos que dar apoio e considerações aos atos à favor das festas e aos processos que a diretora do instituto está respondendo SOZINHA!
acho mto bacana a atitude do coletivo ifchstock, curti p/ caramba a festa, mas acho q não podemos esquecer o que a Nádia tem feito pela gente, como por exemplo não citar nomes de organizadores ao reitor e nem obedecer à ordem dada pela reitoria de cortar a luz no meio do evento!
gostaria de saber de alguém da organização, ou qualquer um informado, quais serão nossas atitudes de apoio à Nadia.
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