Quatro moedas de um real e duas de cinquenta centavos. Segunda-feira. Quando o ciclo de uma semana sem cinema se fecha na vida de um cinéfilo, ele enlouquece. É como deixar uma ninfomaníaca sem sexo: simplesmente não dá!
Bem, todos estão comentando o novo Duro de Matar. E tem também o Ultimato Bourne. Além daquele suspense novo do diretor do Exorcista. Opções interessantes. São filmes que todo mundo está vendo. Depois de considerar por uns segundos, chego a um veredito: Irei assistir A Comédia do Poder, do Claude Chabrol, no Paradiso.
Esta é uma escolha totalmente fundada no prazer de meus olhos, uma decisão que está de acordo com aquilo que eu acredito: cinema não é somente entretenimento. É também, mas não é só isso; ir sozinho ao cinema é absolutamente saudável e necessário. É como meditar, um processo intelectual de purificação bastante prazeiroso; ver filmes que ninguém além de você vê, é um baita sinal de auto-suficiência. É como se fosse estabelecido um pacto entre você e o filme: depois da projeção ele é seu, faz parte de você. Espectador e filme, uma coisa só.
Me diverti à béça no filme do Chabrol. É um elegante drama sobre política, com a maravilhosa Isabelle Huppert no papel principal de juíza blasé-implacável. Alguns minutos de projeção e menos de uma dúzia de enquadramentos foram suficientes para agradecer à deus por eu ter feito a escolha certa.
E o Bruce Willis que me desculpe.
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2 comentários:
"É como deixar uma ninfomaníaca sem sexo: simplesmente não dá!"
Fala a verdade, rapaz: isto foi pensado!
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