terça-feira, 20 de outubro de 2009

sobre coisas que se esvaem no tempo

Esses dias eu me peguei no mercado procurando uma lata de Quik. Aquele mesmo, do coelho, que faz do leite uma alegria. Procurei, procurei, e não encontrei! Fiquei pensando se ele ainda existia ou não.

E então hoje eu fui fazer compras com a Mazu em outro mercado, onde encontramos essa belezinha aí:



Só que não é o Quick. É Nesquik!!!
Putz, assim não vale!

É a mesma coisa do suco Mais. Eu adorava, dai a Coca Cola comprou o Mais e o Del Vale, então vende um suco chamado Mais + Del Vale. Tipo, sei lá, acho bizzaro essa homogeinização provocada pelo capitalismo da nossa época. As coisas são cada vez menos diferentes, pouquíssimas empresas dominam quase todos os produtos que compramos no mercado!

Enfim, espero que o gostinho de morango ainda seja o mesmo de antigamente!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

sobre jogar bola


O pessoal do meu instituto da unicamp, o IFCH, organiza uma campeonato de futebol num campinho que tem lá perto. Se chama muchachão. (lê-se mutchatchão).

Eu estou no terceiro ano e nunca joguei nesse campeonato. Aliás, eu não gosto de jogar bola. E a explicação é aquela clássica: na escola, eu era sempre o último a ser escolhido, os outros meninos ficavam gritando comigo e dizendo que eu era ruim, o que fazia da educação física um tormento constituído de torturas psicológicas e humilhações mil. Nos últimos 3 anos, joguei bola 3 vezes, nos amistosos de início de ano dos bixos Vs veteranos. E só.

E aconteceu que no início do mês o meu bixo Gabriel me informou que eu tava no time dele, intitulado "Mete o Loko". Eu, aliás, ia jogar no gol. Topei na hora, mas foi meio triste, porque mesmo com um time composto de caras que não jogam nada, me botaram no gol, ou seja, entre muitos caras ruins, eu era o pior.

Mas não foi tão ruim assim.

Na verdade, foi bem divertido.

Os caras mais legais da Unicamp estavam no time. Todos se esforçaram, sem nenhuma cobrança. Jogávamos pelo prazer de jogar. E, surpreendentemente, eu defendi vários chutes que os inimigos catimbaram no nosso gol, levando nossa pequena torcida ao delírio. O resultado do primeiro jogo foi 9 X 0 pro adversário, mas nós comemoramos a plenos pulmões o fato de não ter passado de 10!

Semana passada se deu o segundo jogo. Nosso time estava mais entrosado, tocando mais a bola. Foi igualmente divertido. E o placar foi o mesmo, 9 X 0. Terminado o jogo eu fui jantar no bandejão, quando fui abordado por um carinha que disse "parabéns pelas defesas cara! Vocês são a resistência do futebol arte!". Achei isso muito dahora, fiquei comovido.

E jogamos nosso terceiro jogo hoje. Alguém disse que o time era superior e coisa e tal, mas o Mete o Loko tava jogando muito melhor. Perdemos de 5 X 0, mas com um delicioso sabor de vitória.

Enfim, eu continuo tendo as minhas restrições com relação aos esportes. Ainda sou categoricamente contra competições, pois acredito que elas trazem à superfície o pior das pessoas. Mas eu não dou a mínima pra esse negócio de ganhar, pra mim vitória e a derota são iguais, dá tudo na mesma. O negócio é se divertir, dar risada, ir tomar um cerveja depois e relembrar os lances mais legais do jogo.

E tenho dito.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Vamos Falar Um Pouquinho Sobre O AntiCristo, De Lars Von Trier

Acabei de ver o último filme do Lars Von Trier. O Anticristo.

Quem me conhece sabe que eu não gosto do Lars.

Gosto de alguns filmes dele. Talvez eu goste de quase todos, mas alguma coisa não me agrada nesse dinamarquês.

Eu não gostei do Anticriso.



O filme é composto de prólogo, quatro capítulos e mais epílogo, acentuando o caráter de fábula do filme. Me irrita um pouco essa pretensão de literatura em seus filmes, sei lá...é um filme desagradável, da metade pra frente é um tormento. Acho que o filme justifica uma visão anti-feminino, legitima a morte das mulheres ao longo da História. Isso é irresponsável. Não quero falar muito do filme aqui, já que talvez você que me lê queira assistir e ter suas próprias surpresas.

Mas o que eu acho é isso: o filme é muito artifício pra pouco conteúdo. Melhor dizendo, é muito artifício prum conteúdo errado e revoltante.

O filme cumpre a função de chocar e provocar discussão.

Mas poderia ter feito isso usando outros caminhos.

(O filme é dedicado ao diretor russo Andrei Tarkovsky, mas há um abismo gigantesco [e aparentemente intransponível] entre estes dois realizadores)