domingo, 9 de maio de 2010

sobre objetivos

Acabei de ver Metrô 123, com o Denzel Washington e o John Travolta. O Denzel pesa 100 kilos. O que signigica que preciso de 41 kilos de músculos pra chegar ao meu objetivo.
Droga!

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As pessoas costumam comentar meus posts quando me vêem, mas poucas delas fazem comentários por aqui. Bem, é triste quando não há comentários. Ver que alguém comentou algo que eu escrevi preenche um pouco o vazio que é minha vida. Nem que seja só pra falar mal do que escrevi.

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Se perguntássemos por aí qual é a melhor pizzaria de Barão Geraldo, certamente a resposta seria Estação Santa Fé, que fechou suas portas logo no início do ano. Uma pena, já que comer lá era um prazer inegavelmente único. Caminhando por lá, notei essa recente pixação. Poderia escrever muito sobre isso. Mas prefiro não.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

memórias [ou, sobre timidez]

Acabei de ver um filme bonito demais, que me fez lembrar de um bocado de coisas. O filme se chama A Garota Ideal, e conta a história de um sujeito de 27 anos, muito gentil e extrememente tímido. Ele tem dificuldades imensas em manter contato com qualquer pessoa que seja, inclusive o irmão. Até que um dia ele traz pra casa uma garota. Mas não uma garota comum. Trata-se de uma boneca de plástico.

Tem uma cena interessante, onde ele revela pra psicóloga que sente dor quando as pessoas tocam nele. O contato provoca uma dor, como a queimadura. E em diversas ocasiões, quando num ambiente cheio de gente, seu rosto fica vermelho e seus olhos lacrimejam.

Eu me lembro de ser uma criança extremamente tímida. Extremamente. Não conseguia conversar com os adultos. Tinha vergonha de pedir pra Tia do pré me deixar ir no banheiro. Tinha vergonha das crianças rindo da minha língua presa, e do jeito engraçado como eu pronunciava o 'r'. Uma vez o papai me levou na casa de uns primos dele, e eu não quis sair do carro. Estava com uma vergonha petrificante de ser apresentado a desconhecidos. Ele ficou bravo comigo. Depois de um tempo, alguém veio me buscar. Enquanto entrava na casa, com o rosto em brasa e os olhos cheios de lágrimas, algumas crianças que brincavam ficaram me encarando.

Na escola as coisas não melhoraram. Eu sempre fui o melhor aluno da sala, e acho que rolava uma certa hostilidade das outras crianças comigo. A única criança com quem brincava era o Fernando, desde sempre meu melhor amigo. Num dia a mãe dele o levava em casa, e daí brincávamos na goiabeira, na casa da árvore que tinha lá. Brincávamos de bichos, e eu lembro que eu era o Morcego. Ou brincávamos de X-men. Eu sempre era o Wolverine. O Jefferson também brincava com a gente. E no dia seguinte a mamãe me levava na casa do Fernando, e a gente ficava pegando caramujo, pois eram caramujos com a casinha diferente das que tinham no meu quintal, e brincávamos com os bonecos dele, eu me lembro que ele tinha um do Predador, que o tio dele tinha trazido dos Estados Unidos.

Eu era seguro no meu mundo restrito.
Mas o que vinha de fora sempre me deixou desconfortável.

Na quarta série eu me apaixonei por uma menina. Tinha uma vergonha imensa de ficar perto dela, não conseguia nem olhar pra ela direito. Foi um amor escravizante. Só consegui conversar com ela pela primeira vez na oitava série. Falamos uns 40 minutos sobre filmes. Ela me disse "vc é legal, William. A gente precisa conversar mais".

4 anos.

No ensino médio, me apaixonei por outra garota. Dessa vez não podia repetir o mesmo erro. Conversava muito com ela. Mas acabei por me tornar meio inconveniente. Mesmo com tanta conversa, não conseguia dizer o que sentia. Depois de 2 anos, escrevi uma carta a ela, dizendo o quanto a amava. Passaram-se 6 meses sem nenhuma resposta. Até que nos encontramos, meio que sem querer. Ela então me disse que eu era um cara legal, mas ela não gostava de mim daquele jeito. Eu tremia, suava em bicas, e queria muito chorar. Mas mantive a calma.

Tive que dar um jeito nessa timidez.
Se não ia acabar como o personagem do filme.
Um bom rapaz, que todos gostam. Mas sozinho.

Livros de auto-ajuda, livros de psicologia, alguns manuais de vendas e gerenciamento, manual de líderes, livros e cds de oratória, Maquiavel, e muitos, muitos filmes. Demorou uns 3 anos, mas eu entendi como as pessoas funcionavam.

A timidez se foi.
Mas, sei lá, uma vez rapaz tímido, sempre rapaz tímido.
A percepção do mundo não muda. É um tipo de sensibilidade que vem com vc.

Enfim, pra terminar, hoje estou com 25 e sinto que ainda não sei nada sobre nada. Tudo que eu achei que tinha aprendido, bem, talvez seja preciso aprender de novo.

Ou desaprender.

quinta-feira, 6 de maio de 2010



Ele é o cara legal que eu nunca vou ser.

domingo, 2 de maio de 2010

sobre o acaso

Só pra constar #1: estou feliz em poder escrever este post.
Só pra constar #2: Bong Joon-ho é o melhor diretor da Coréia do Sul.

Ontem passei o dia vendo filmes. Lá pelas 5 da tarde, peguei o ônibus pra ir limpar o Woodstock. Não estava com pique de trabalhar, queria mesmo sair pra algum lugar e me despedir da minha vida tranquila, já que segunda feira eu começo a trabalhar no segundo emprego. Estava pensando em ir ver o Clash cover no bar do zé, talvez eu até aparecesse na casa São Jorge, já que o Barata vai discotecar e uma tal de Izzy Gordon me parecia uma boa pedida de samba/mpb. No caminho, comecei a ler 'o derrotista', do Joe Sacco, e fiquei impressionado em como o cara quer se parecer com o Robert Crumb. Nenhum problema nisso, ainda mais quando esse álbum contém histórias incríves e divertidas, muito diferente do habitual trabalho político do autor.

Quando estava quase chegando ao bar passei numa rua e vi um gatinho preto deitado no meio fio. Mexi com ele, que permaneceu imóvel. Estava morto. Cinco metros a frente, vi um outro gatinho preto deitado, na parte de dentro do portão de uma casa. Mexi com ele, mas, olhando pra sua boca, notei que também estava morto. Sei disso pq já tive gatinhos envenenados. Sei como morrem. Como ficam suas bocas. Mortos com certeza por um amante de cães de guerra. Situação muito covarde.

Bar limpo e arrumado e limpo, fecho e saio. Então cóla um carro e o motorista me chama. Chego mais perto e vejo que é o Leandro. Meu amigo da fase de ouro, ou seja, a fase da escola. Caceta! A Tássia estava viajando pra Argentina, então ele tava de bobeira, foi ver Homem de Ferro 2, ficou zanzando pelo shopping e resolveu dar um pulo no wood. Decidimos então ir tomar alguma coisa e falar sobre a vida. Decidimos fazer isso em Barão.

O Lê ficou feliz em saber que eu tinha minha própria casa (mesmo sendo alugada e dividida com mais 2 pessoas, mas enfim) e a gente deu um pulinho lá pra eu trocar de roupa. Fomos então pra Casa São Jorge. Pedimos uma Heineken, e ele me contou sobre o apê que tá pra sair, sobre os planos de casamento com a Tássia, e como um casório é caro pra chuchu, sobre como o celular dele tem gps e acessa a internet. E daí eu falei sobre o pé na bunda que eu tomei, que eu e a Mazu íamos casar este ano se tudo não tivesse dado errado, falei sobre a Angélica e como eu começei a me interessar por ela, e falei também sobre como isso não deu em nada, já que a minha capacidade emocional tá toda zuada ainda. Falei que era estranho planejar um futuro não habitado por aquela pessoa com quem vc compartilhou a totalidade da sua vida e do seu coração durante tanto tempo. Então ele falou que estava curtindo sertanejo universitário e eu ri.

Pedimos uma porção de bolinhos de bacalhau, que comemos rezando, trocamos idéia com o dj e curtimos o som da senhora Izzy Gordon. A mulher manda muito. Falei sobre como isso é imprevisível e surpreendente, quer dizer, durante todo o dia eu tive a certeza de que meu sábado ia ser deprimente, e aí acontece esse encontro absolutamente inesperado e eu me pego pensando em como planejamentos são frágeis frente ao poder totalitário do acaso.

Saindo de lá, demos um pulo no bar do zé.

Resolvi ficar. O Leandro foi, acho que tava cansado.

Clash cover, banda boa, mais uma heineken de leve.

Voltei pra casa relativamente bêbado e bastante feliz.

sábado, 1 de maio de 2010

sábado de tarde...

São muitas coisas pra fazer. Muitas opções. Mas pouca vontade de fazer qualquer uma delas.

Acabei de ver um bom filme, Adventureland. É um daqueles filmes onde o diretor conta uma história que aconteceu com ele no final da adolescência e início da vida adulta, com uma certa dose de saudade e melancolia. O personagem principal é um rapaz legal, um cara bonzinho, ainda virgem, que se fode o filme todo, até que a garota perdida, por quem ele é apaixonado, resolve dar uma chance pra ele.

Eu fui virgem durante muito tempo da minha vida. Acho que mais do que a maioria dos caras normais. Faz uns 6 anos que passei a ser um homenzinho de verdade, mas, de qualquer forma, acho que pra caras que passaram toda a adolescência sendo esnobados por todas as meninas da escola, e que sempre se apaixonavam perdidamente por garotas que os consideravam legal demais pra tentar algo mais e estragar a amizade, bem, o aparelho de percepção da realidade fica permanentemente modificado. É uma pegada de aperceber a realidade com uma outra sensibilidade.

Teve um diálogo engraçado no filme, entre o amigo do protagonista e uma garota que estava dando em cima dele, numa balada.

- O que vc está estudando?
- Literatura russa e línguas eslavas.
- Que interessante.
- É
- E que carreira poderá ter?
- Taxista, vendedor de cachorro-quente, entregador de maconha. Várias possibilidades.

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Bem, se você vai a uma festa, e resolve dançar e se divertir, legal. Talvez a noite seja realmente divertida. Mas tenha certeza que muita gente vai rir de você, e comentar sobre como vc é esquisito dançando.
"Dançar é se mexer loucamente sem parecer idiota" PC Siqueira.