terça-feira, 26 de janeiro de 2010

o dia três, quatro, e acho que o cinco também...


Bem, eu meio que perdi a conta de quantos dias eu estou aqui. Acabei de ver Madrugada dos Mortos com o Caio e o Ivan, e percebi o quanto acho esse filme extraordinário. Hoje eu acordei umas 11 da manhã, e resolvi sair de rolê sozinho. A idéia era meio que andar sem rumo. Então peguei o comboio e rumei pra Lisboa. Passei o dia todo zanzando. Tomei uma ginginha, comi um lanche tradicional daqui chamado "bifana", que consiste num pão com uns 2 bifes gigantes de carne de porco dentro. O ponto alto do dia creio que foi minha visita a uma veja igreja católica que fica na praça onde vende ginginha. Por fora era um prédio histórico normal, mas o interior era absolutamente inacreditável, todo talhado em pedra, com uma altura incrível, e altos santos e velas, e era um lugar tão austero e fora da realidade que eu conheço. Passei um bom tempo lá dentro.

Daí eu meio que me perdi por Lisboa de propósito, e passei o dia subindo e descendo as ruas. Dei um pulo na cinemateca para gastar mais dos meus preciosos euros, e comprei um livro sobre cinema indiano, outro sobre o Cronemberg, outro sobre o John Carpenter, outro sobre a Nouvelle Vague e um sobre o Jim Jarmush. Cheguei na estação lá pras 5 e maia da tarde, e meus pés já doíam. Foi um alívio chegar em casa.

Ontem foi domingo, e nossa noite foi ótima. No final da tarde, fomos toda a família pela praia de Cascais para um teatro, onde ia rolar uma música clássica. Como chegamos cedo, deu pra ir numa galeria conferir o trabalho duma portuguesa chamada Paula Rego. Bem interessante. O concerto foi maravilhoso, e voltamos para casa todos muito satisfeitos com o dia. O pai do Caio cozinha muito bem, então o jantar preparado por ele foi um prazer à parte.

Quanto ao sábado, o Ivan, o Caio e eu acordamos tarde, almoçamos e fomos à cinemateca para assistir ao "Novecento", do Bernardo Bertolucci. O filme tem cinco horas e meia de duração, e sobre ele farei um post à parte.

Na sexta feira, me lembro que a noite o Caio e eu fomos à procura das amigas da Roberta, a Alessandra e a Lorenza. Marcamos de nos encontrar na frente da Ginginha, mas não fazia a mínima idéia de como elas eram. Depois de perguntar a esmo para umas garotas que estavam na praça, descobrimos e nos juntamos ao grupo. Fomos a um restaurante muito pequeno, tinha tipo umas 12 mesas, e só trabalhavam um cara na cozinha e a mulher dele no atendimento. Comida incrível! Já me esqueci o nome do meu prato, mas me disseram que era uma salsicha que tinha uma mistura de todas as carnes!
E foi a primeira vez que tomei vinho verde. Muito bom.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

o dia dois

Hoje é o dia três, o que significa que agora tenho que relatar o que ocorreu no dia anterior, a despeito desta dor de cabeça monstro que está me destruindo. Vamos lá.

Dormi até quase meio-dia, almoçei com a família toda e saí com o Caio por volta das duas da tarde. Pegamos o comboio e fomos a Lisboa, chegando à praça do comércio, que estava em reforma. Passamos pela entrada da cidade (tipo um pórtico) e demos de cara com os Beatles. Então rolou uma paradinha pra tomar uma bagaceira.

Daí seguimos por várias ruazinhas do centro antigo de Lisboa. A temperatura estava bem de boa, uns 18 graus, que conforme nos disseram foi o melhor clima desta estação. Passamos pelo cinema São Jorge, que é um antigo cinema de rua, mas não deu pra entrar, pois estavam preparando a pré-estréia de uma comédia portuguesa chamada "a bela e o paparazzo".

Então chegamos no lugar mais legal da viagem, até agora: a cinemateca portuguesa! O lugar é simplesmente incrível. Um prédio extremamente bem conservado, com milhões de detalhes pelas paredes, com uns painéis cheio de fotografias de cinema. Entramos numa salinha, que estava vazia, mas mesmo assim estava sendo exibido um documentário sobre o Sam Peckinpah. Passei pela livraria e comprei alguns livrinhos.

Voltamos a andar por várias das charmosas ruazinhas de Lisboa. Passamos por uma loja de quadrinhos incrível, só com coisa importada dos states, por uma obscura loja de vinis, por uma loja inacreditável de roupas indies, e então paramos pra tomar uma cerveja em uma lanchonete onde trabalhavam portugueses muito mal humorados. Já havia escurecido, então tomamos o comboio de vota para casa.

Depois da janta e do cochilo, fomos ao Cassino da cidade. Mano, é muito tipo Las Vegas. E o mais legal é que, na época da guerra fria, Portugal era um país neutro, então diversos agentes secretos passavam por aqui para jogar e relaxar. O Iam Fleming se inspirou num cara que jogava aqui no Casino Estoril pra escrever o cassino Royalle, a primeira história do James Bond.

Muita gente jogando, muitas luzes, muito surreal.

Um jeito inequivocamente invulgar para se terminar o dia.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

diário de viagem - dia 01

Ok, pessoal, estou escrevendo de Cascais, uma cidade que fica ao lado de Lisboa, da casa do meu amigo Caio. A seguir, farei um breve relatório do que ocorreu neste último e atarefado dia. Vamos lá.

Após ir ao aeroporto de Guarulhos, o avião foi fazer uma conexão em BH. Voei num avião da TAM, e uso a antiga gíria pré-adolescente "nervoso!" pra definir o que senti ao levantar voo pela primeira vez. Realmente é uma sensação muito louca quando o avião sai do chão, deu o maior frio na barriga. Quase uma hora de viagem, que ocupei lendo a primeira história da "trilogia de Nova York" de Paul Auster.

Chegando na terra do Aécio Neves havia um funcionário chamando meu nome, isso pq o voo atrasou, e só faltavam eu e mais um tiozinho pra embarcar no avião da TAP pra Portugal. Embarcamos as 11 da noite. Tive uma paixão súbita por uma aeromoça, que durou uns dois minutos inteiros. Continuei a ler o Auster, e o jantar foi servido as 2 da manhã. Comi e dormi. Adiantei o relógio em duas horas. Chegamos em Portugal pouco antes do meio dia.

Passei sem problemas pela alfândega, que pediu a carta dizendo onde eu iria ficar por aqui. Ao pegar a mala, vi que ela veio com o pegador e as rodinhas todas quebradas. Ao perguntar ao funcionário mais adiante sobre o problema, ele disse que eu poderia tentar reclamar num dos guinchês. Desanimei e decidi sair logo dali. O caio já estava me esperando a quase uma hora. Foi bom vê-lo.

Pegamos o ônibus, que aqui se chama autocarro, atravessamos o centro de Lisboa e fomos à estação de trem, que aqui se chama comboio. Passamos rapidamente por uma parte do rio Tejo, onde tinha uns tiozões pescando. Chegando em Cascais, passamos no mercado, que é da rede Dia%, compramos 3 bons vinhos a menos de 2 euros cada, e comprei também uma fanta sabor ananás (abacaxi).

Chegamos em casa e almoçamos. Junto com o Ivan, que é o irmão do Caio, fomos dar um rolê pela cidade, passando por charmosas ruazinhas cheias de restaurantes e pastelarias (que não vendem pastéis, mas doces), e também pela praia daqui.

Voltando pra casa, conheci os pais do Caio, que foram muito gentis comigo, e logo em seguida capotei de sono. Sonhei com latim e vinhos, e acordei a pouco tempo. Estou planejando os passeios de amanhã. Estou bem ansioso com isso.

Até amanhã.

domingo, 10 de janeiro de 2010

sobre o santo papa, aquele que todos gostavam...

Espero conseguir ler pelo menos metade de todos os livros que pretendo ler este ano. Um deles é 'sua santidade', de Carl Bernstein e Marco Politi, sobre a vida de João Paulo II. Lendo alguns artigos do prof. Roberto Romano, soube do seguinte episódio que o livro retrata: uma jovem queimada pela tortura se aproxima do pontífice. Este a enxerga mas vira de costas, abraça Pinochet, e ambos entram para o Palácio.

Não é preciso dizer mais nada sobre este santo homem.

Se existir um inferno, espero que ele esteja sofrendo muito.

Muito.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Viva 2010!

Só pro primeiro dia do ano não passar em branco, posto 2 vídeos bastantes significativos sobre o que é o nosso país. O primeiro mostra a cagada ao vivo que o Boris Casoy cometeu ontem na band. A acessoria de imprensa informou que hoje o Boris irá se retratar ao vivo no jornal. O segundo vídeo é um retrato da elite jovem brasileira. Relembrando a todos que não tenho nada contra os ricos. O problema é uma elite burra e arrogante, que tem poder mas não se importa com nada além do que vai beber no fim de semana.





Post-Scriptum (02/01/2010):
Cara, não imaginei que a retratação fosse ser tão cara de pau assim.
Hipocrisia demais pra mim!