quinta-feira, 30 de abril de 2009

parece mas não é

O capitalismo tá no bico do corvo.
A crise financeira expõe os pontos fracos deste sistema que tras felicidade a tão poucos e miséria a tantas pessoas. É muito difícil não se pensar na evidente não-viabilidade desse conjunto de crenças que sustenta um quadro de desigualdade tão lamentável. Agora pouco eu fui buscar uma pizza ali na esquina, pra comer aqui no bar. E então pensei sobre algumas coisas.

É certo que o desemprego é foda. Meu pai, em meados dos anos 90, já ficou desempregado, e tenho algumas lembranças dessa época, lembro que algumas pessoas da igreja nos ajudavam com a doação de cesta básica. Me lembro muito bem de uma irmã da igreja batista do guanabara, esqueci seu nome agora, que fez uma compra completa e levou pra gente, lá em casa. Lembro que meus olhinhos brilharam quando o porta malas se abriu. Enfim, o desemprego talvez seja o meior dos problemas do mundo hoje, porque é através do trabalho que as pessoas conseguem dinheiro, e é somente com o dinheiro que se consegue comprar comida, roupas e outras tantas coisas não tão necessárias assim. A pouco tempo a GM anunciou que até o final do ano demitirá 10 mil funcionários. É gente a dar com rodo!

Estava pensando sobre esse lance de trabalho e talz.
Vejo algumas pessoas próximas a mim reclamarem que não conseguem trabalho. Mas é foda. No woodstock mesmo a gente ficou um tempão sem alguém na segurança. Tinha cara que ia um dia e não voltava mais. Com muito custo conseguimos um sujeito de confiança pra trabalhar lá. Até hoje precisamos de alguém pra olhar os carros, mas ninguém aparece, por mais que nós anunciemos nos estabelecimentos vizinho, ninguém aparece. Tinha um cara que chegava a tirar 70 conto por noite no wood, só olhando carros, mas ele era um pilantra filhadaputa que sumiu sem pagar uma dívida de catuaba. Enfim, é muito difícil conseguir um bom funcionário pra trabalhar.

Estou me recordando dos garotos aqui do bar. O Bruno terminou o ensino médio e veio trabalhar com a gente. Ele ganha uns $40 por noite, e, após um tempo economizando, pagou um curso técnico de radiologia e agora é um estagiário do hospital samaritano. Já o Luan, que trabalha na portaria, só estudou até o segundo ano do ensino médio, e agora se arregaça trabalhando num lava carros, o que é massa, mas não dá nenhuma perspectiva de futuro. É foda, mas eu vejo que um se esforça, enquanto o outro diz que a vida é foda e acaba aceitado um estilo de vida que é bastante limitado.

Não gosto de falar isso, porque parece que eu sou um tremendo reaça, daqueles que acredita que é só você se esforçar que vai prosperar na vida. Sei que não é assim, simplesmente não há emprego nesse mundo pra tanta gente desempregada. Mas eu acredito sim que tem muita gente folgada querendo que as coisas aconteçam do jeito que elas querem, e esnobam empregos que não consideram dignos enquanto reclamam que não há emprego.

Acho que fica parecendo muito que eu sou um grande conservador filha da puta.

Parece, mas não é.

sobre escolhas contornáveis (ou sua impossibilidade)

Muito se fala da vida ser feita de escolhas.
Existe aquelas que são irreparáveis, como por exemplo cometer uma violência contra alguém, fazer uma tatuagem, ter um filho, e por aí vai.
Contudo, existem uma série de outras escolhas que no fim das contas não vingam. Você decide que irá estudar para ser ator, mas abandona o curso na metade pra estudar administração e tocar o negócio da família. Ou então você se casa e tece planos para uma longa vida a dois, recheada de carinho, filhos, casa da sogra no domingo. Até algo mudar e vocês descasarem. Essa des-decisão, esse retorno, o que é? Seria um avanço ou um retrocesso.

Eu fui vegetariano por dois anos. Me sentia bem comigo mesmo, sabendo que animais não precisavam morrer pra que eu me alimentasse. Mas me irritava aquele patrulhamento vegetariano, me sentia de alguma forma tolhido dos meus direitos de plena escolha. Voltei a comer carne. Isso é bom ou ruim? Eu estou exercendo minha liberdade ou minha mesquinhez?

Quando penso em Deus a coisa só piora. Dez anos de cristianismo, e o que eu sou hoje? Sei lá, acho que um agnóstico, alguém que acha ser possível uma vida plena e feliz tendo o homem como medida do próprio homem. Eu piorei ao me afastar de Deus, ao fugir de seus desígnios, ao rejeitar o plano que ele tinha pra minha vida?

Eu tenho um bar. Eu vendo álcool e cigarro pras pessoas. Não sou ingênuo, sei que não é certo. Mas será que não é certo mesmo? Quanta diversão o meu bar não proporciona? Mas não seria essa diversão vazia, desprovida de propósito?

O que fazer?

O que é necessário fazer para se viver uma vida justa, boa e feliz?

Que caminho seguir?

terça-feira, 28 de abril de 2009

sobre processos criativos

Pra conseguir ler isso, é só clicar na imagem.



mano, quem são vocês?

Interessante notar os parcos comentários que recebo neste blog.
Muitos são amigos queridos que sempre dão um pulinho por aqui. Mas outros eu não faço a menor idéia de quem são. Ou porque o nome não me é nem um pouquinho familiar,ou porque o leitor/comentarista usa um pseudônimoindecifrável.

Veja o comentário do Marcos, por exemplo, no meu último texto. Gostei muito do que ele escreveu, mas, oh deus, quem é você?!?!? Fico curioso, e acho isso um sentimento legítimo. Daí teve um Jack Hammer que elogiou meu texto, e que aparentemente não gosta de los hermanos, mas eu nem sei de quem se trata. E o/a tal de Nova Reunião, que disse um "eu te amo", o que me deixa um pouco tenso de dúvida.

Enfim,
continuem comentando, mesmo que eu não faça a mínima idéia de
quem você é. No fim das contas eu sempre fico muito feliz quando
alguém comenta um texto.

:D